Milton Pereira de Brito, nascido em Cachoeira-Ba., aos doze dias do mês de novembro de 1939, veio para Feira de Santana no ano seguinte, indo para Salvador em 1952 para estudar no Colégio Ipiranga,(antiga casa de Castro Alves), após, serviu a Aeronáutica durante dois anos, onde iniciou o Curso de Enfermagem em Recife, retornando em 1960 para a Cidade Princesa, e em abril de 1961 vai para o Rio de Janeiro seguir a carreira de artista, cantor e violonista, permanecendo até 1973, daí para Belo Horizonte onde ficou até 1979, retornando a Bahia, residindo em Salvador e posteriormente em Feira, permanecendo ate a presente data.
Estudou no Colégio Estadual de Feira; Colégio Ipiranga em Salvador; Colégio Estadual Milton Campos B.H.; Frequentou a Faculdade de Filosofia do Rio de Janeiro; Aliança Francesa - R.J.; Conservatório de Música da Guanabara; UCMG; FADON; FESPI; Bacharel em Direito, advogado militante no Estado da Bahia. Participou de vários Seminários e Encontros de Procuradores e Advogados, tendo iniciado curso de Pós-Graduação na UFBA e abandonado pelos múltiplos afazeres.
Como cantor, gravou na RCA-VICTOR tendo participado durante anos de programas de televisão nas emissoras - TVs- RIO, TUPY, EXCELSIOR, CONTINENTAL (quatro anos com Sarita Campos), GLOBO; RÁDIOS - GLOBO, CARIOCA, GUANABARA, RIO DE JANEIRO, TUPY, TAMOIO, NACIONAL, ELDORADO, MUNDIAL, dentre tantas outras, no Rio de Janeiro, e em boa parte do Brasil, participando de programas juntamente com os seus contemporâneos e amigos da época - Roberto Carlos, Carlos Imperial, Wilson Simonal, GOLDEN BOY´S, Altemar Dutra, Rildo Hora, Sílvio César, Adilson Ramos, Marisa Gata Mansa, Jamelão, e muitos outros, sempre honrado com as amizades que cultivou. Fez temporada como cantor e violonista no Rio de Janeiro em 1961/68: CLAUDIUS BAR, MICHEL, LE ROND POINT, BOITE PLAZA E CABANA, em Copacabana e Ipanema, e curtas apresentações em: BOITE CANGACEIRO, SCOTH BAR, HOTEL EXCELSIOR, BOITE BOLERO; CLUBES - SÍRIO LIBÂNES, MONTE LÍBANO, TIJUCA; EM GRAVAÇÃO - RCA VICTOR (cinco discos incluindo um compacto duplo) e no ano de 1999 um CD NA GRAVADORA SANCLEIA. GRAVAÇÃO INDEPENDENTE, CINCO CDs. Em1969, abandonou a carreira artística, porque a repressão fechou a Boite Michel, por perseguição política; implantou-se a aculturação com a influência da música norte americana, Jovem Guarda. Deixando a música, por optar pela formação universitária, CURSOU Filosofia e Letras, Francês na ALIANÇA FRANCESA - M´AISON DE FRANCE no Rio de Janeiro, bacharelando-se em Direito, por paixão a esta profissão.
Membro da Academia Feirense de Letras e da Academia de Ciências e Artes, tem publicado livros de poemas, matérias jornalísticas e literárias. No prelo - O Eu Desiludido(poesias); O Casamento de Dona Baratinha (teatro) e, Vida Vivida ( memórias).
No Setor Público, foi Procurador Jurídico do Município (Feira de Santana-Ba.), Chefe de Gabinete do saudoso Prefeito Colbert Martins e Secretário Chefe do Serviço Jurídico (que corresponde a Procurador Geral); Diretor de Promoções do CIS (CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAE) e em Colegiado neste, Diretor Geral; Assessor Legislativo da Câmara Municipal de Feira de Santana e Procurador Geral desta; Assessor Jurídico da Prefeitura do Município de Tanquinho-Ba., desde 1998 e da Câmara de Serra Preta-Ba., de 1998 ate 2000, além de responder a diversas consultas de setores públicos e privados. Foi Presidente da Comissão de Comunicação e Assessoria de Imprensa da OAB BA, Subseccional de Feira, de 1981 a 1985 e Presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas do Advogado em 1986, foi um dos criadores de um Jornal mensal desta Instituição, exerceu o cargo de Atendente Judiciário do JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL; exerceu no ano de 1999 o Cargo de Gerente Administrativo da ADAB -AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO DO ESTADO DA BAHIA.
Mantém escritório de advocacia na cidade de Feira de Santana-Ba na Rua Des. Filinto Bastos, s/n, Vila Pedro Carneiro, nº 09, Centro, atuando nas Causas Cíveis, Públicas, Trabalhistas e Criminais.
Politicamente desenvolveu um trabalho de contato com as alas progressistas do PMDB, filiado a este há 20 anos, fazendo parte da Comissão Executiva, em consonância com pessoas de alta relevância para o desenvolvimento de sua terra, ideal que deve estar acima das convicções do passado, em virtude de que tudo evolui e transmuda-se, sendo um dos articuladores da coligação do PMDB com a Coligação LUIZ EDUARDO MAGALHAES. Com a morte do Líder referido, com novos rumos adotados por este partido, filiou-se ao PTB - PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO.
Razão de sua vida: sua família, os amigos, a cultura, a música, o saber acima das vaidades e o bem estar de todos. (Informações retiradas da Biografia do Autor, páginas 79 a 82 do Livro "Versos Livres")
DALRI
(HISTÓRIAS QUE O RIO NÃO CONTOU)
Publicado em: 11/09/2014 - 18:09:41
O Rio de Janeiro é uma cidade mágica. Nela você encontra maravilhas, sonhos, alegrias, tristezas e o caos. Pessoas que se aproximam, que se distanciam, que se amam e se odeiam, que se buscam e se perdem, a cada década, a cada ano, a cada mês, a cada dia. Neste vai e vem, criou-se o mito da divisão territorial que caracterizam as pessoas, como sendo da zona sul e as do subúrbio (zona norte). O marco divisório é o “Túnel Novo” de Copacabana. É como se você atravessasse o túnel do tempo. Antes dele, uma cidade que trabalha, com princípios familiares rígidos, com religiosidade, clubes sociais, colégios tradicionais, namoro e casamento. Após, (zona sul) a vida noturna, a boemia, a orgia e a libertinagem. Dizem os moradores mais antigos, da década de 30, que este fenômeno aconteceu, depois que Filinto Muler, Chefe de Polícia do Rio, no Governo Vargas, à época da Capital da República, quando da Revolução de 30, nos anos seguintes, fechou o “Mangue”, que ficava nas imediações da Praça Onze, provocando o deslocamento do baixo meretrício para a Zona Sul, mais especificamente, para Copacabana. Verdade é, que, da noite para o dia, esta região se transformou no polo artístico e boêmio, de lindas mulheres noturnas, que atraíam pessoas de todo o país e do mundo. Para ali aportavam, ricos empresários, políticos, comandantes e marinheiros, mesclando com a intelectualidade, que a tudo assistia e registrava.
Em meio às luzes da ribalta, surge, Dalri, vinda de algum lugar do subúrbio, para as noites cariocas. Mulher belíssima, morena, com 1,80 metros de altura, de corpo escultural e semblante calmo, a espalhar o desejo da sua companhia, mesmo que fosse para um simples jantar. Vivíamos o final dos anos 50, início dos anos 60. Copacabana tinha as melhores casas noturnas, com show ao vivo, com o desfile do melhor elenco de cantores, cantoras e músicos, para os frequentadores da mais alta classe social, que transitava entre a intelectualidade, a polis, damas e meretrizes. Dalri foi uma delas, mas, com muita elegância e discrição. Por ter frequentado várias boates, conheceu uma ex-proprietária de casa noturna, com uma agenda, registrando inúmeros senhores abastados, que lhe remunerava regiamente, em troca de apresentações de belas mulheres. A conhecida “cafetina”. Dentre os clientes, havia um alemão, rico empresário, que uma vez por mês, promovia um jantar para políticos influentes, nos melhores restaurantes de Copacabana, levando em sua companhia a colossal Dalri, que se portava como uma Lady, embora, disfarçadamente passasse o seu cartão com telefone, para alguns escolhidos, deixando a sua agenda repleta, no decorrer da semana, tudo controlado pela cafetina, que, com as comissões recebidas, mantinha um duplex na Avenida Atlântica, por onde desfilavam, Dayse, Margot, Marli, Suely, Vivian, Mayra e tantas outras beldades. Dalry não assumia nenhum compromisso sério, não queria se prender a compromissos caseiros, muito menos a possibilidade de ter sua própria prole. Morena, dessas que parece que o tempo não passa, continuava belíssima, deslumbrante e desejada. Inúmeras conquistas, dia a dia, distribuía prazer independente de idade, só não se imiscuindo com pessoas do mesmo sexo, por uma questão de opção. Preferia os homens. Diferente de sua irmã, Eleusa, que frequentava todos os ambientes noturnos, inclusive o L’Ètoile, boate eminentemente preferida das lésbicas. Dalry, era ímpar na elegância, no vestir, no caminhar, mantendo-se em silêncio, quando este era imposto por conveniência e de poucas palavras, apenas para concordar com interlocuções. A sua juventude parecia perene, até que no final da década de 70, resolveu ir para a Alemanha em companhia de um empresário que lhe acolheu e nunca mais foi vista em Copacabana, território já cansado e distanciado da boemia, das noites de festas e muita alegria.
Levaram Dalry, como levaram os sonhos das noites cariocas, que a aculturação implantada se encarregou de destruir. Não mais o chope gelado, a Taberna da Glória, o Llamas, o Le Rond Point, o Scoth Bar, Fiorentina, Michel, Cangaceiro, Alcazar, Jirau. Resta agora um retrato desbotado, na parede do quarto, de quem a amou e desejou como sua, aquele monumento insuperável de mulher.