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Sandra Campos
    Sandra Campos nasceu em Feira de Santana-BA e formou-se em Pedagogia pela UEFS. Na universidade começou a escrever crônicas que eram lidas em algumas aulas. Voltou a escrever em 2013, por prazer pessoal. Em 2014 passou a publicar seus textos no jornal A Tribuna, de Rondonópolis-MT, cidade onde mora atualmente e desde 2015 é colunista do Viva Feira. A primeira crônica publicada em agosto de 2014, “O homem avulso”, já revelava as linhas de força de seu estilo: a escrita leve e espontânea, o lirismo e a intertextualidade, o olhar sutil e ao mesmo tempo agudo dos lances da vida. A crônica “Leve sua filha à feira”, escrita em janeiro de 2014, retrata a feira livre da Estação Nova, que ela costumava frequentar aos domingos com duas amigas de infância. Essa crônica leva o leitor a pensar na beleza e nas lições que não raro se ocultam sob a pseudobanalidade do cotidiano. A crônica que a autora considera a mais carregada de sentimentos e emoções, e também a mais comentada no site do jornal, é “A carta”, uma homenagem a sua mãe Celina. A cronista lançará em breve seu livro de estreia, “O homem avulso: crônicas e contos”, Editora Penalux. Aguardem.  (Texto: Marcelo Brito da Silva)



CRÔNICAS E OUTROS TEXTOS

Um bangalô


Publicado em: 05/12/2015 - 11:12:50


Uma casa pequena na praia, toda branca por dentro e verde-floresta por fora, com detalhes em madeira rústica. De frente para o mar da Bahia, na praia de Itacimirim, bem perto do Aeroporto de Salvador. Uma lindeza. Fui recebida em uma varanda com deck de madeira, uma mesa estava posta para tomarmos o café da manhã vislumbrando o mar. Senti o sol aquecer minha pele e iluminar meus dias de férias.

A casa era bem decorada, no andar superior havia duas suítes com ar condicionado, camas macias e cheirosas. No térreo, uma cozinha com todos os utensílios necessários para preparar alimentos com amor e paixão, dendê e frutos do mar. Tinha até petit four, chanson, croissant e chá. Distante dali, a apenas 7 km, estava a Praia do Forte, conhecida por receber turistas de vários países e estados brasileiros, por abrigar o Projeto Tamar, por receber e acolher a diversidade, com muita alegria, bons restaurantes e boa música. A Vila era um atrativo para curtir a noite baiana e descobrir o que é que a Bahia tem.

A casa ficava em um condomínio com vista para o oceano e passarela até o mar. Um convite ao prazer e descanso. Caminhei por ele, entre a grama verde dispersa por toda a parte, entre os coqueiros que balançavam com o vento farto e refrescante. Meus cabelos esvoaçavam de alegria naquele lugar de luz. Passei pela sauna e pela área da churrasqueira e lembrei-me dos amigos e churrascos no Mato Grosso. A piscina com borda invisível chamava-me para nadar.

Eu preferi caminhar descalça pela praia. Senti a areia úmida por entre os dedos, o cheiro do mar, o vento fresco que cantava. Ouvi o som das ondas quebrando na praia e o canto das gaivotas felizes a pescar. Estava feliz. Foi então que olhei para o alto e avistei um anjo voando em minha direção, com um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d´alma. Quando ele me tocou eu acordei do sonho. Ah! Era um sonho! Um sonho bom.



Fonte: Sandra Campos/A Tribuna MT







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