Minha história está diretamente ligada a da imprensa e à evolução do jornalismo. Meu primeiro registro no Brasil foi a carta de Pero Vaz de Caminha, para relatar com engenho e arte as impressões sobre a terra descoberta. A Revolução Industrial contribuiu para a minha popularização. Sou uma interpretação com estilo leve, carrego em mim a visão pessoal do autor, que utiliza recursos estilísticos como metáfora ou ironia, embora respeite os objetivos do jornalismo: informar, comentar e formar opiniões.
Quem sou eu? Sou conhecida por ser publicada em jornais e revistas, posso ser diária, semanal ou quinzenal. Apresento em minha estrutura texto direto, compacto, baseado em fatos atuais, fundamentados na posição do autor diante de um acontecimento contemporâneo ou não. Posso ser de cunho pessoal ou de interesse público e sou comumente classificada como jornalismo opinativo. Minha característica comum é a palavra, mantenho uma relação íntima, um caso de amor com a Literatura, arte de compor e escrever em prosa e verso. Ah! Literatura, és a arte da palavra utilizada como fim, apropriação ficcional da realidade, diz o mundo conforme a sua semelhança, és minha grande paixão! Quem sou eu? Estou próxima da opinião, da notícia e da literatura e mantenho minha marca subjetiva, que me afasta da impessoalidade.
Muito prazer, eu sou a Crônica, texto leve e divertido, que cada dia mais conquista um público cativo por meu relato poético do real. Permito que o autor opine livremente sobre algum fato e, se desejar, inclua sua experiência de vida. Por mim, Rubem Braga foi considerado o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, e único autor nacional de primeira linha que se tornou célebre exclusivamente por meu intermédio. Através de minhas páginas, Rubem Braga exprimia uma linguagem singela, de tom coloquial, intimista, conversava consigo mesmo, com alguma pessoa amada ausente ou com o leitor, numa prosa poética que dava ao efêmero uma ressonância duradoura.
Eu, a Crônica, converso com você leitor, neste site e pelas palavras de Sandra Campos, uma Pedagoga que, sem perceber, se tornou cronista ainda na Universidade, ao escrever histórias lidas em algumas aulas e que se sente feliz e honrada em me publicar no Viva Feira.
Obrigada, Crônica por ter me apresentado, e devo acrescentar que também me sinto feliz em retornar à minha cidade natal, com tantos leitores que me acolheram com atenção. Com gratidão, retribuo. Muito prazer, eu sou Sandra Campos.