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Hugo Navarro
Dr. Hugo como é comummente chamado é feirense, nascido em 29 de abril de 1929, formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, em 1956, tendo escolhido sua especialidade em Direito Penal, embora seja brilhante em qualquer outra área que resolva atuar. Definir Hugo Navarro é muito difícil, pois os melhores adjetivos dizem pouco para expressar o tamanho da importância que este cidadão tem para sua terra. Talvez quem melhor tenha adjetivado o intelectual feirense, tenha sido Elsimar Pondé, na lide da entrevista que realizou com Hugo por conta de um projeto do Portal FS On-line, onde afirma: "Uma verdadeira lenda viva do direito e do jornalismo de Feira de Santana. Assim, podemos descrever, de forma resumida, o perfil do advogado, ex-vereador e ex-deputado estadual Hugo Navarro Silva,". O âncora da "Folha do Norte" pertence a uma família de benfeitores (talvez seja mais correto dizer "construtores") de Feira de Santana, que participaram da vida cultural, artística e política de Feira, tendo Dálvaro (Pai) e Raul Silva (Tio) uma maior ligação com a vida cultural, artística e jornalística de Feira e Arnold Silva (Tio) que foi um dos políticos mais importantes de toda a história feirense. Hugo, fiel aos seus princípios em defesa do bem comum, pertenceu aos partidos políticos, UDN, ARENA, PDS, sempre em uma postura coerente com os seus princípios. Na iniciativa privada e em cargos executivos foi: Diretor Regional da Secretaria de Assuntos Municipais, 1967-1971; chefe do serviço jurídico da empresa Irmãos Curvello Veículo Feira S/A, 1976; vice-diretor do Centro Educacional Assis Chateaubriand, 1977-1979 e diretor do BANEB-Serad S/A, 1983-1986.
 
Como político foi eleito vereador pela União Democrática Nacional-UDN, 1963-1967 e reeleito 1969-1970, em Feira de Santana; Deputado estadual pela Aliança Renovadora Nacional-ARENA, 1979-1983; Suplente de deputado estadual pelo Partido Democrático Social-PDS, 1983-1987. Na Câmara Municipal de Feira de Santana foi Líder da Bancada da UDN, secretário da Mesa Diretora. Na Assembléia Legislativa, foi vice-presidente da Comissão de Redação Final (1979-1980); titular das Comissões: Redação Final (1981-1982), Finanças e Orçamento (1979-1982, 1986); suplente das Comissões: Agricultura e Incentivo Rural (1979), Educação, Saúde e Serviços Públicos (1980-1981), Constituição e Justiça (1986), Saúde e Saneamento (1986), Educação e Serviços Públicos (1982).

A história de Hugo é rica e aqui citamos apenas algumas de suas atividades das mais notórias, mas um livro seria pouco para falar deste feirense, que é motivo de orgulho para seus conterrâneos, que como ele também amam esta cidade e querem vê-la como afirma o hino, "formosa e bendita". Por este prisma, entenderemos um pouco a sua "pena" (caneta) severa e irônica, com os que desrespeitam e maltratam nossa princesa e, justa com os que a ela se dedicam e a constroem, como fez ele e sua família desde que temos notícias. Hoje, com uma advocacia filtrada e seletiva, pois não deixará nunca de ser advogado, o que sempre fez por uma vocação natural, dedica a maior parte de seu tempo ao jornal centenário que sua família e ele próprio mantém por mais de cem anos em nossa cidade, a "Folha do Norte", onde publica suas crônicas semanais.

O Viva Feira se orgulha de ter recebido autorização pessoal de Hugo Navarro para transcrever as crônicas semanais publicadas na Folha do Norte, pois sabemos que estaremos enriquecendo culturalmente nossos visitantes e seguidores e, contribuindo para que o talento de Hugo possa chegar aos fãs dos seus trabalhos, aqueles que estão longe de Feira e, possibilitar que seu estilo brilhante e inconfundível possa vir a ser conhecido em outras plagas. Em resumo, estaremos dividindo com o mundo, através da internet, o que temos de melhor entre as mentes brilhantes de nossa terra - Feira de Santana.






Folha do Norte

A CIDADE E SEUS ENCANTOS


Publicado em: 12/12/2014 - 09:12:54


    Nos tempos bíblicos cidade era a povoação geralmente situada nas proximidades de fonte e circundada de muralhas, ao contrário de aldeias, arraiais ou acampamentos. As muralhas funcionavam como proteção contra inimigos e visitantes indesejáveis. As mais famosas são as da China, que sobrevivem como atração turística e demonstração do que  o homem é capaz se dispuser de poder e dinheiro. A China, antes da Revolução, costumava manter bairros para morada de europeus. Eram locais cercados de muros em alguns casos fortificados.
    Cidades existem de modo variado. Morar em qualquer uma delas, há quem afirme, é viver no inferno, embora ninguém queira mudar-se para o paraíso como afirmava Júlio Camargo. O mundo conhece a Cidade Santa, Jerusalém, sagrada para o Islamismo, o Catolicismo e o Judaísmo, fato que tem sido motivo de guerras, desavenças e carnificinas que começaram com as Cruzadas e permanecem até  hoje de forma desenfreada  e cada vez mais violenta, não se sabendo em que essa matança milenar contribui para a salvação das almas,  aperfeiçoamento da humanidade e satisfação das sábias determinações da divina providência. Há, ainda, a Cidade Eterna, capital e território de um dos menores países soberanos do mundo, o Vaticano.  Eventualmente, em tempos de guerra, havia a “cidade aberta”, não armada ou defendida, condição que a livrava de bombardeios, destruição e combates. A  noção de  “cidade aberta” desapareceu na 2ª. Grande Guerra com Hitler e a blitzkrieg e os japoneses quando impiedosamente bombardearam desarmadas cidades chinesas.
    A Geografia Política registra a existência de cidades, que dentro do âmbito de estado soberano gozam de vasta autonomia como no caso de Dantzig (atual Gdansk) cidade livre criada pelo Tratado de Versailles, encravada no território da Polônia.
    A fertilíssima imaginação popular tem criado, no folclore brasileiro, outro tipo de  cidade, a submersa. Conforme diversos depoimentos essas cidades produzem sons, ruídos, rumores, repiques de sino e até clamores próprios da raça humana.  Olavo Bilac, em conferência, tratou da lenda da cidade submersa do Rio Gurupi, no Pará. Luis da Câmara Cascudo relata a lenda do Lago Uaçu, no Maranhão,  onde  existia ruidosa cidade submersa. Ainda no Pará existe a cidade de Maiandéua, no fundo do rio do mesmo nome. Há quem afirme que no leito do Rio Madeira está a cidade de Sapucaiaoroca, cheia de índios que podem ser vistos quando a água fica transparente. Mário de Andrade relata que na Lagoa Santa, em Minas Gerais, na noite de Natal soam sinos e ouvem-se cânticos dos frades em catedral de cidade submersa.
    Cidades, todas elas, têm características, modos de ser que as distinguem umas da outras. Feira de Santana, por exemplo, nasceu com a vocação de sede de negócios, de compra e venda. Várias tentativas têm sido feitas para amenizar esse caráter puramente comercial e dar à cidade caminhos diferentes, que possam  conduzi-la  a conquistar outras atividades como a do turismo. Conseguimos, é verdade, o que pode ser considerado rudimentar turismo de negócios, com o Feiraguai, que não tem por onde evoluir. As tentativas de conferir a Feira de Santana características que a afastassem do lugar comum fracassaram ou foram abolidas por quem pouca importância dava à vida e ao futuro da cidade. A extinção da parte popular das Festas de Santana é o exemplo mais lamentável e danoso.
    Secretário municipal, Jailton Batista, quer, agora, realçar a época natalina promovendo espetáculos, dando luzes, música e vida a cidade cada vez mais cinzenta e inexpressiva. Não há como deixar de apoiar e aplaudir a iniciativa.


Fonte: Hugo Navarro/Folha do Norte







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