João Ubirajara da Silva Brandão é um feirense nascido sob o signo de gêmeos, divorciado civilmente, mas casado com a música instrumental que aprendeu a gostar nas poltronas dos Cines: Íris, Santanópolis e Madri. O fascínio de Bira pela música era tão imenso, que ele era capaz de ir ao cinema e não saber contar o enredo do filme, mas com certeza podia solfejar o tema musical da película. Daí sua paixão pelos teclados, que com certeza se fosse de uma família abastada e nascesse em um lugar mais civilizado, seria um pianista. Fã ardoroso de Burt Bacharach e outros gênios das trilhas musicais dos filmes hollywoodianos. Em Feira buscou sua realização nos teclados, pois era o instrumento possível e que substituía a contento os pianos de altíssima qualidade que costumávamos ouvir nas telonas do cinema naquela época.
Músico há 29 anos, desde 1980, embora seja técnico em eletrônica, sua profissão paralela, sua paixão mesmo é a música instrumental. Por isso mesmo, é comum apresentar-se sempre com um parceiro do melhor nível possível como: Juraci, Ivo Santana, Ednalva Santana, Junior, Celi Noublat, Bete Moreno, Boy Rios, Luiz Paulo e muitos outros cantores da noite feirense. Com a filosofia de que "música não tem idade", mantém-se fiel aos seus ídolos da época de ouro do cinema americano, sua música predileta ainda é "New York, New York". No Brasil cultiva os ídolos: Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Roberto Carlos, Sivuca, Luiz Gonzaga. Em Feira, afirma sem medo de errar, que o maior artista é Cescé, pelo culto que faz a qualidade musical.
Bira já foi premiado merecidamente com dois troféus imprensa. Seu bom gosto tem origem, pois a sua formação musical é de berço, uma vez que seus avós já eram músicos sanfoneiros. Desse modo, ele cresceu convivendo com a música dentro de casa, desta forma, nada mais natural que mais dia ou menos dia ele viesse despertar-se para música. Vê-se como uma pessoa aberta e não sabe o tamanho de seu coração. Seu maior sonho é reunir os amigos músicos e fazer um grande show, como um registro dos anos de estrada que percorre na alegria de tocar aquilo que entende de melhor. Bira tem um CD instrumental gravado com Carlos Chagas, que é uma raridade no mercado de Feira, mas que vale a pena ser ouvido.