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"PROJETO SERTÃO D`ÁGUA" - O ARTESANATO DE MATHEUS GUIMARÃES

- Dia 18 às 19h00 na Galeria Carlo Barbosa.
Publicado em: 08/10/2024 - 22:10:23
Fonte: Release da Galeia Carlo Barbosa


     O projeto está sendo financiado pelo fundo de cultura municipal, aprovado no edital DEMAIS ARTES, da PAULO GUSTAVO DE FEIRA DE SANTANA e no edital de PAUTA DA GALERIA CARLO BARBOSA, prevê a construção de uma exposição individual, do artesão Matheus Guimarães, com abertura no dia 18 de outubro de 2024, na Galeria Carlo Barbosa, no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), usando o artesanato como linguagem artística base, porém com uma equipe que ajudará da execução do projeto, como designer, oficineiros, equipe de fotografia, transporte, montagem. Esta exposição chamada “Sertão D´água” visa retratar a importância de se pensar em um Sertão e um agreste que são abundantes em recursos, cultura e saberes tradicionais, buscando relembrar das águas presentes neste território.
     Utilizando materiais comuns nas produções artesanais de Feira de Santana e do território do Portal do Sertão, como a madeira, a palha, a cerâmica e o couro. Além da exposição estão previstas oficinas, como contrapartida, ofertadas gratuitamente em escolas estaduais da região, na área de artesanato, envolvendo pintura de madeira, cabaça e cerâmica. Além da realização de visitações guiadas de turmas destas escolas selecionadas para apresentação das obras, com companhamento do artista Matheus Guimarães.
     As obras construídas sugerem uma tentativa de compreender os impactos da colonização sobre o sertão, que devastou não só a vegetação, matas, rios e lagoas presentes no estado, como as culturas indígenas e africanas que compunham as subjetividades locais. Esta proposta se apoia na elaboração de um contra discurso, uma tentativa de elaboração artística que extrapole a ideia reducionista de um sertão seco e com falta de recursos. Pensamos condições de sobrevivência e abundância em um território colonizado, cuja cultura, língua e saberes populares foram diretamente influenciados por relações de poder coloniais, logo se faz imprescindível reestruturar não só a cultura local como a maneira de nos enxergarmos nesta porção de terra. Como traz Denise Ferreira da Silva, no livro “A dívida impagável” (2019), “recriar a partir da colonialidade e fugir dos caminhos que nos empurra para a morte”.
     O território de identidade do “Portal do Sertão”, em especial a cidade de Feira de Santana, é um espaço que apresenta muitas lagoas em sua cartografia, muitas delas foram aterradas por construtoras para realização de obras, porém muitas delas ainda existem e compõem o relevo local. Cabe também dentro da exposição refletir acerca da atuação do mercado imobiliário e construtoras locais, visto que são atores de bastante influência no processo de uso e ocupação do território em questão. A exemplo do bairro Tanque da Nação, que apresentava uma grande lagoa, onde servia de subsídio para sustento de inúmeras lavadeiras, hoje cedeu espaço para condomínios residenciais que insistem em contaminar as águas que ainda correm neste território.
     O acelerado domínio do espaço da cidade pela construção civil é um traço colonial, visto que as comunidades indígenas e africanas não possuem essencialmente em suas culturas a dinâmica de destruir a natureza em prol de um desenvolvimento urbano. Como traz Antônio Bispo dos Santos, no texto “Somos da Terra” (2018), “Colonizar é subjugar, humilhar, destruir ou escravizar trajetórias de um povo que tem uma matriz cultural, uma matriz original diferente da sua. E o que é contra colonizar? É reeditar as nossas trajetórias a partir das nossas matrizes”.
     Logo, o movimento de pensar outras narrativas que se distanciam do imposto pelo processo de colonização é mais uma forma de dialogar com outros sujeitos que não os grupos hegemônicos da sociedade local. Proponho na exposição “Sertão D’água”, obras que subvertem a imagem de um sertão seco, tomado pela morte, ausência de recursos e chão rachado, e trago as águas e o verde da vegetação para a centralidade, não numa tentativa de imaginar uma ficção, mas ressaltar uma realidade por vezes escondida pelos discursos coloniais, pois, por mais que muitas cidades do interior da Bahia realmente tenham que lidar com processos recorrentes de seca, este território também carrega muitas lagoas e rios, e também apresenta florestas que ainda resistem a ação colonizadora. Ela se chamará desta maneira pois Feira de Santana, local sede da exposição e cidade natal do artista, está situada no território de identidade Portal do Sertão, sendo uma cidade encruzilhada importante para o interior do estado da Bahia.
     Serão elaboradas, portanto algumas obras utilizando madeiras (pinus e compensado), sendo estas alteradas por meio da técnica de recorte de madeira, usando máquinas de marcenaria, fazendo parte do repertório de atuação do proponente. Dando formas diversas para essas madeiras, como peixes, seres e imaginários em torno desta temática. A produção de uma exposição que retome a presença da água neste território é um ato revolucionário e um convite para quem realizar a visitação, refletir contra a escassez imposta pela colonialidade sobre nosso território e sob nossas subjetividades.

QUEM É O ARTESÃO
     Matheus Guimarães é um artista feirense, artesão e também cordelista, além de graduado em Engenharia Civil, o que instigou o mesmo a refletir sobre a responsabilidade do ato de construir, e têm realizado trabalhos visuais explorando esta temática, produzindo peixes de diversas espécies em madeira, e nas suas pinturas em cerâmica e palha, em um estudo e produção artesanal que dialoga diretamente com a cultura popular local, com pensadores contracoloniais e artesãos da região.
    Desde 2024, Matheus guia a oficina de Arte em madeira no CUCA, em 2023, participou de exposições coletivas na cidade de Feira, como a “OCUPAÇÃO” que aconteceu no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (MAC Feira), e “CONEXÃO” realizada no Museu Regional de Arte (MRA), também construindo diversas oficinas sobre artesanato e pintura, como a “Oficina pintando memórias com terra” que aconteceu no IFBaiano (Campus Serrinha), em escolas locais, “Oficina redesenhando a cidade e pintando com terra” no MRA, “Oficina de artesanato criativo” no Colégio Estadual Ernesto Carneiro (bairro Feira IV, Feira de Santana), e oficinas de “Cordel e isogravura” e “Mapeando nosso corpo cidade” no MAC Feira. Logo o trabalho proposto pelo projeto é continuidade de um trabalho que já está em curso, de dialogar com a comunidade feirense sobre sua história, cultura e desafios diante da imposição colonial, usando a arte e o artesanato como ferramentas de transformação.
     Além da exposição proposta, da realização das oficinas e das visitas guiadas, serão distribuídos cordéis produzidos pelo artesão, dialogando por meio da literatura de cordel sobre o conceito proposto pela exposição, cujo cordel será escrito especialmente para este projeto, destacando também alguns artesãos que marcaram a história de Feira de Santana, como Crispina dos Santos.

OBJETIVOS
- Fomentar a valorização da cultura local e regional por meio da exposição com obras artesanais que dialoguem com a cultura local, com a história da cidade de Feira de Santana e seu entorno;
- Contribuir com o fortalecimento das técnicas de artesanato que existem na região e dos saberes populares artísticos;
- Realização de oficinas de cunho artístico-educativo em escolas estaduais situadas em Feira de Santana a fim de produzir espaços formativos usando o artesanato como instrumento laboral e cultural de enorme valor social e econômico;
- Celebrar e preservar as tradições culturais e artísticas da cidade, compartilhando conhecimentos e incentivando o seu respeito e continuidade;
- Estimular a cadeira produtiva do artesanato na cidade.

LOCAL DE REALIZAÇÃO
     A exposição será realizada no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), na Galeria Carlo Barbosa (GCB), em Feira de Santana, bairro centro. As oficinas de artesanato acontecerão no Colégio Estadual Ernesto Carneiro, bairro Feira IV, Feira de Santana e no Colégio Estadual Georgina de Melo Erismann, bairro Jardim Acácia, Feira de Santana.

EQUIPE:
- Matheus Guimarães Costa – Artesão, curadoria e montagem
- Raiana de Azevedo Britto – comunicação e design
- Maria Clara Struduth Ribeiro – oficineira
- Igor Aquino Davi – Oficineiro
- Elielton dos Reis Santos Souza – oficineire
- Rosengarde Sóstenes Leite Carvalho Junior - Oficineiro
- Ana Tamiris Gonçalves Reis – Cobertura fotográfica

PERFIL DO PÚBLICO A SER ALCANÇADO
     O perfil do público a ser atingido engloba estudantes do ensino fundamental, de 10 a 20 anos, de colégios estaduais de Feira de Santana, mais especificamente dos bairros Feira IV e Jardim Acácia, nas intermediações dos Colégios Estaduais Ernesto Carneiro e Georgina de Melo Erismann. Também serão atingidos os públicos dos Centro Universitário de Cultura e Arte (bairro Centro), sendo pessoas bem diversas em idade e escolaridade, envolvendo jovens, adultos e idosos. E ainda pessoas que circulam pelo centro de Feira, já que a Galeria Carlo Barbosa (GCB), localizada no CUCA, se encontra em uma avenida bem movimentada, com circulação enorme de pessoas em horários comerciais.

CONTRAPARTIDA
     Estão previstas as 4 oficinas de artesanato, com duração de 3 horas, em que serão realizadas atividades formativas nas escolas estaduais citadas, a fim de levar à comunidade feirense, sobretudo esses jovens que entrarão em contato com o projeto, ensinamentos sobre algumas técnicas artesanais utilizadas na exposição ou que dialogam com a cultura feirense ao qual a exposição faz referência. O público alvo envolve jovens e adultos de turmas de ensino fundamental e médio, com idades desde 10 até 20 anos.
Essas turmas em que serão ministradas as oficinas também serão levadas até a exposição para visita guiada com o artesão Matheus Guimarães, onde poderá mostrar aos alunos as possibilidades de produção com as técnicas que aprenderam nas oficinas. O transporte dos alunos até a exposição está incluso no orçamento do projeto. Dentre as aulas planejadas estão a Oficina Transformando a cabaça, usando a técnica de pintura neste material, Oficina de Carimbos artesanais, usando madeira e PVA, Oficina Colando o Sertão futurista, usando a técnica de colagem analógica em papelão e a Oficina Mosaico de memórias do Sertão, usando as técnicas de desenho e pintura da madeira.
    Também serão doadas 20% das obras da exposição para o acervo do Museu Casa do Sertão, localizado no Campus UEFS, em Feira de Santana, afim de deixar de legado para o museu e para a sociedade feirense, que é um local pertencente ao governo do estado e constrói um acervo valioso com obras de diversos artistas visuais e artesãos da região sobre a vivência no interior da Bahia, onde estas obras possam ser acessadas após o final da exposição.



Apoio Cultural:



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