O folheteiro e cordelista Jurivaldo Alves da Silva recebeu no dia 14 próximo passado, dupla homenagem na Câmara Municipal: além do título de Cidadão Feirense, foi agraciado com a Comenda Maria Quitéria. A homenagem é mais que merecida. Afinal, há décadas o cordelista nascido em Baixa Grande peleja pela cultura popular, nordestina, sertaneja.
No discurso de agradecimento – que lembrou muito aqueles bate-papos informais, descompromissados, dos sertanejos de Baixa Grande – ele contou casos, relembrou antigas aventuras como folheteiro e exaltou algumas das personalidades do cordel, como o falecido Antônio Alves.
Chegou à Feira de Santana “em 60 e poucos”, conforme frisou e, no dia seguinte, já carregava cesto na cabeça trabalhando na feira-livre do antigo mercado, que hoje é o Mercado de Arte Popular, o MAP. Atualmente, a propósito, ele tem box no mesmo MAP, depois de muito pelejar vendendo cordel em praças e calçadas.
Com orgulho, ele relembra que suas cinco décadas militando pelo cordel levaram-no a ser reconhecido no Brasil inteiro e também fora das fronteiras do País. Não é incomum a presença de turistas lá no MAP, com a finalidade de conhecê-lo.
Na solenidade, o repentista Ceará fez reverberar no Legislativo um repente em homenagem ao novo Cidadão Feirense. Antônia Patrícia, filha do cordelista, homenageou-o lendo na tribuna o cordel “A história do folheteiro Jurivaldo Alves da Silva”.
As duas homenagens foram propostas pelo vereador Correia Zezito. Nem sempre o Legislativo feirense é feliz na concessão de suas honrarias. Mas, desta vez, foi duplamente feliz. Jurivaldo Alves merece a distinção, por sua longa colaboração para manter viva a cultura sertaneja.