Com a canção Rainha dos 9 céus, o grupo Africania faz parte da trilha sonora da nova série baiana Pequeno Gigante que estreou na última quinta-feira (14), na TVE Bahia. A estreia será reprisada neste domingo (17), às 19h, na TVE e pelo site tve.ba.gov.br/tveonline. A trama contém 13 episódios e será exibida sempre às quintas-feiras, às 20h, e em horário alternativo aos domingos, às 19h.
“A gente fica muito feliz quando a nossa música é reconhecida e integrada a bons trabalhos como é o caso da série Pequeno Gigante. Uma produção de muita qualidade em todos os aspectos, desde a temática que é de grande relevância social quanto aos profissionais envolvidos, atores e direção. Estamos felizes!”. Declarou Bel da Bonita, um dos vocalistas e percussionistas do grupo, responsável pela referida composição.
A canção faz parte do disco Ori, gravado em 2008 e lançado em 2016, e pode ser ouvida no spotify ou pelo youtube através do link https://www.youtube.com/watch?v=hmcypTk3Sdg e também em outras plataformas streaming como deezer e soundcloud - basta buscar disco Ori do grupo Africania ou simplesmente digitar Rainha dos 9 céus.
Um pouco mais sobre a série
A produção narra a trajetória de Davi, jovem oriundo da comunidade quilombola da Ilha de Itaparica. Na cidade de Salvador, ele luta contra a especulação imobiliária. Para impedir a desapropriação de sua comunidade, lança-se no emaranhado do jogo político, o que pode custar seus valores morais, herdados do seu mestre Griô Negro Mármore, e até mesmo sua própria sua vida.
A obra original, ambientada em Salvador, é inspirada nas mudanças sociopolíticas e econômicas ocorridas nas últimas décadas e expressa a dicotomia análoga da cidade alta e cidade baixa. A série é protagonizada por um personagem ativista social negro, Davi, interpretado por Guilherme Silva. Já o poderoso Senador Saul Dias é Interpretado por Harildo Déda; Bruno Guimarães atua na série com a personagem Júnior - filho do senador, e Amós Heber faz Peixinho, o líder do tráfico em Nova Nigéria.
As personagens femininas, inspiradas na mulher baiana, têm papel fundamental na trama: a Vereadora Amanda Carla, interpretada por Ana Tereza Mendes; a Ativista Social Milena, interpretada por Evana Jeyssan; Adalgiza, mãe de Davi, interpretada por Valdinéia Soriano; Deise Leão, interpretada por Laíse Leal; e a personagem Elen, responsável pelas principais reviravoltas políticas por meio do jornalismo investigativo, é interpretada por Raíssa Xavier.
A produção é da Larty Mark e Cine Arts. A direção é de Anderson Soares Caldas, com produção executiva de Aline Cléa e Wiltonauar Moura.
Sobre o grupo Africania
Assentados na resistência e na sacralidade da cultura afro-brasileira, os ritmos brasileiros representam a bússola do grupo Africania. A identidade sertaneja do grupo, além de ressaltar o respeito ao divino e o vigor dos batuques, revela sua hospitalidade quando acolhe influências do afro-jazz, da música caribenha e do acid-rock. Contudo, é com a consciência de suas raízes que o grupo se reconhece enquanto semeador de uma sonoridade universal. Idealizado em 2006 por Bel da Bonita, Africania contabiliza em seu currículo sete discos, além de ter concebido três trilhas sonoras para outros filmes.
No início deste ano, antes da pandemia, o grupo lançou o projeto Africania - correntezas sonoras do Jacuípe, uma série de shows que apresenta uma parte do novo disco O Curador do Museu do Imaginário. O projeto passou por diversas cidades como Senhor do Bonfim e Juazeiros da Bahia e será retomado assim que voltarmos à normalidade com shows presenciais. “Enquanto isso não ocorre, a banda segue com as suas produções a distância, dentro das possibilidades, respeitando, rigorosamente, as recomendações dos profissionais de saúde. Vamos lançar em breve um clipe muito potente de uma das canções desse novo disco, com imagens captadas antes da pandemia, que conta com o roteiro e direção de Daniel Dourado e da direção de fotografia de Jaime Sampaio”, prometeu Cid Fiuza, guitarrista do grupo.
O novo disco, O Curador do Museu do Imaginário, que está em fase final, foi idealizado por Bel da Bonita e Daniel Penha e tem como o intuito ampliar o olhar sobre riqueza estética do samba rural e poesia da Bacia do Jacuípe. Já que ambos os idealizadores nasceram nessa região, puderam assim vivenciar de muito perto a vida e as tradições do samba e do(a) sambador(a) jacuipense. O novo albúm tem uma estética de música mestiça, em que o Samba de Batuque, o Chula e a Toada dialogam com as diversas influências da música mundial, como acid rock, jazz, psy-trance, música progressiva e psicodélica. As canções abordam temas que vão da temática ligada a cultura popular, a busca pela preservação do Rio Jacuípe, assim como atual situação política do Brasil. |