O isolamento social para evitar a disseminação do novo Coronavírus fez com que as pessoas deixassem de doar sangue, reduzindo significativamente os estoques. Mas, ao mesmo tempo, tem incentivado cada vez mais as ações de solidariedade. Apostando nessa vocação para o exercício da cidadania, a UniFTC de Feira de Santana abraçou a campanha de doação com hora marcada que está sendo realizada pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba), como parte do projeto Movimento pela Prevenção.
A parceria da UniFTC com a fundação é viabilizada por meio das redes sociais, com a divulgação de informações sobre o processo de doação de sangue, os locais de coleta e números de telefone para marcação do dia e hora para realização do procedimento. A ideia é motivar as pessoas – e não somente a comunidade acadêmica – para o real significado da doação, despertando a consciência sobre a importância do gesto para preservar vidas.
O projeto vai além da doação de sangue em laboratório. “As pessoas sabem como a sua contribuição chega a quem se submete a tratamentos e intervenções médicas de alta complexidade, como transfusões, transplantes e cirurgias?”, questiona o professor Fabrício Oliveira, gestor do Programa de Inovação da Rede UniFTC e idealizador da ação. “Nos engajamos na campanha também para levar essas informações para a comunidade”, enfatiza.
O objetivo macro é mobilizar todas as unidades em cidades onde existem núcleos do Hemoba, em uma espécie de corrente do bem, “estimulando toda a comunidade a se movimentar, transformando ou ressignificando a realidade local, através de doações e conscientização sobre os problemas sociais”, conforme explica Fabrício Oliveira. Segundo ele, todas as ações realizadas nas unidades, voltadas para fortalecer a proposta de praticar o bem ao próximo com empatia, envolvimento e positividade.
Sobre doação de sangue
Hoje, no Brasil, 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue. Estima-se que 34% dessas doações correspondem à doação de reposição, aquela que a pessoa doa para atender à necessidade de um paciente motivado pelo serviço, família ou amigos do receptor. Até setembro de 2019, 2,4 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no Brasil. Levando em consideração que cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, o quantitativo doado poderia beneficiar quase 10 milhões de pessoas.
Esses dados revelam que as pessoas não criam o hábito de doar sangue com frequência. “Ou seja, realiza a doação apenas uma vez. Nós queremos incentivar esse hábito”, enfatiza Fabrício Oliveira, acrescentando que na Bahia existe, atualmente, uma deficiência de estoque de sangue para as necessidades que aparecem, principalmente após feriados e festas locais, quando a demanda é intensificada. E nesse período de quarentena o estoque está mais baixo ainda.