“Eu me levanto” é o nome da nossa nova proposta de exposição de artes visuais, inspirado no poema “Still I rise” (Ainda assim eu me levanto) de Maya Angelou, apontando assim a proposta de estabelecer um diálogo a partir das linguagens artísticas que reflitam e tencionem a importância e necessidade de posicionar-se politicamente e utilizar-se da arte como ferramenta de lutas e (nunca é demais repetir) RESISTÊNCIA.
A fim de visibilizar e valorizar a produção das mulheres da cidade de Feira de Santana e região, a exposição reúne 20 artistas com uma diversidade de linguagens visuais.
Diante de um cenário político de tantos conservadorismos, retrocessos e, ao mesmo tempo, lutas pela manutenção de direitos essenciais, a palavra resistência parece corriqueira e, talvez, repetitiva. Não para as mulheres. Resistir é nossa lei diária, é a ferramenta básica de nossa sobrevivência, é o ponto de partida da nossa luta contra as forças que nos querem mudas, recatadas e servis. Patriarcado parece incansável na tentativa de nos calar e por isso, a invisibilidade ainda é uma constante quando falamos de mulheres, de seus direitos, de suas escolhas, de suas vidas e também de sua arte.
Falar de resistência e arte é reverberar a obra de inúmeras mulheres dentre as quais se destaca a poeta, atriz, dançarina, professora norte-americana Maya Angelou (1928-2014). Considerada uma das mais influentes escritoras negras do século XX. O posicionamento contra as opressões que sofreu ao longo de toda a vida é a marca da poesia-resistência dessa mulher que rasga a carne do machismo e do racismo com versos como: “Você pode me riscar da História/ Com mentiras lançadas ao ar/ Pode me jogar contra o chão de terra, /Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.”