MPB, REGGAE E GUITARRA ANIMARAM A 5ª EDIÇÃO DO PROJETO MÚSICA NO MUSEU
Focado na questão da divulgação da música autoral, o Projeto Música no Museu segue em frente apresentando ao público feirense uma produção da maior qualidade e bom gosto.
Publicado em: 31/05/2016 - 02:05:44
Fonte: Release de LaÃsa Melo (Ascom Cúpula do Som)
A noite de domingo começou com suaves acordes da guitarra de Adauto Borges, acompanhado por trompete, baixo, acordeon e percussão. O instrumentista, que também tem se dedicado ao violão, tocou em banda cover de Legião Urbana quando mais jovem. Advindo de uma família com árvore genealógica musical, o artista acredita na soma. “Colher os louros é uma incógnita. A gente sempre tem pretensão de melhorar, de contribuir, mas a simbiose não vai rolar se eu estiver sozinho”.
Carol Pereyr assumiu o palco afetuosamente. Com cantigas de roda, levantou palmas. E com variação de ritmos, surpreendeu ao cantar “Three Little Birds”, de Bob Marley. A participação de Camyla Pereira, irmã de Carol, foi um belo encontro musical. Outro momento bonito do show foi quando a artista entoou “Samba de Maria”. A cantora, que já teve várias premiações nacionais, é parceira do pai, ao lado do qual musica poemas. “Sou suspeita, mas é um orgulho. É muito natural para mim trabalhar com ele”. Carol foi finalista de quadros do Domingão do Faustão e ganhadora do troféu Lamartine Babo. Sua carreira teve destaque também na Áustria, um dos principais palcos da música clássica europeia. “Uma vez eu estava cantando uma música de Violeta Parra, me deu um branco. Mas o público soprou a música para mim”, recordou a cantora um dos seus vexames.
Finalizando a noite, o reggaeman do Brasil, Gilsam, expôs uma musicalidade dimensionando a transformação social. “Eu penso muito como eu posso atingir, despertar o ser humano. Comecei a compor nos anos 80, mas quando eu ouvi Bob Marley, percebi minha confluência, e comecei a sintetizar as mensagens que eu queria passar”. Na percepção do compositor, o reggae vem quebrando um paradigma. “Através da arte, a gente consegue adentrar espaços. Com Dionorina e Jorge de Angélica fiz um trabalho. A Trilogia do Reggae. E tocamos em trio, fizemos show em Salvador, tivemos premiação. Já estive também em outros estados. Cada lugar tem sua singularidade. A música rompe fronteiras”, concluiu ele.
Mais uma vez presente no evento, o diretor do Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (MAC), Edson Machado, avaliou o evento. Segundo ele, o apoio ao evento aconteceu devido ao que o projeto vem proporcionando, principalmente a frequência de jovens ao museu. “Deu certo. Com atrações que têm dificuldade de encontrar espaço. E atende vários propósitos. Enquanto o projeto tiver fôlego, eu acredito na perspectiva de que continue acontecendo. Quem sabe a fundação Egberto Costa volte a apoiar. Merece permanecer”, opinou o diretor. Edson considera o projeto vitorioso, visto que agrega enriquecimentos, como o intercâmbio com artistas de outras cidades. “Foi uma consequência. E o museu tem outras linguagens, de exposições, como a fotográfica sobre o índio. Quem não conhece, eu convido para ver música de qualidade que preenche o domingo num espaço central.”
Este projeto tem o apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Em parceria com a Cúpula do Som, Museu de Arte Contemporânea (MAC), Fundação Municipal Egberto Costa e Secretaria de Cultura de Feira de Santana.