Ontem (24) à noite o palco do Amélio Amorim fez uma viagem na linha do tempo de músicas baianas. Os presentes acompanhavam cada letra, o show composto por músicas conhecidas pelo público mostra como a Bahia sempre se fez e se faz presente no cenário nacional, misturando ritmos, movimentos e raças sempre inovando a música popular brasileira.
Batuques, lundus e chulas mostraram o início da música baiana, com a chegada dos portugueses se mesclando aos índios e depois aos negros criando uma nova cultura musical, que nasceu na Bahia e depois invadiu todo o país. O show também passa pela origem do samba com os primeiros bambas à terem sucesso no rádio. Dorival Caymmi e sua poesia que foi totalmente influenciada pelos hábitos, costumes e tradições do povo baiano. O representante baiano da bossa nova João Gilberto, chegando à internacionalização da nossa música. Batatinha, Antônio Carlos & Jocafi, Ederaldo Gentil, Tom & Tito, Edson Conceição, Walmir Lima, Tião Motorista, Nelson Rufino e Roque Ferreira autores do samba da Bahia foram homenageados pela voz de Paulinho Boca de Cantor e pelas palmas do público. A ditadura militar relembra a tropicália de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, o teatro em coro cantou Alegria, Alegria de Caetano. Seguindo a história passamos pelos novos baianos movimento do qual o próprio Paulinho se considera parte. Após cantar os novos baianos Paulinho retoma a história em Raul Seixas o pai do rock nacional. E voltando ainda para o samba de roda que hoje é patrimônio da humanidade Paulinho chamou todos pra dançar em frente ao palco do teatro, e a plateia dançou a história contemporânea da música baiana, teve forró baiano representado no show por Morena Tropicana de Vicente Barreto (em parceria com Alceu Valença), o axé music de Daniela Mercury, Luís Caldas e Chocolate da Bahia, os ritmos e a cultura dos blocos afros, Ilê Ayê, Olodum, Timbalada, Paulinho Camafeu e Carlinhos Brown e os recentes fenômenos de popularidade o pagode e o arrocha de Harmonia do Samba, Nara Costa e Silvano Salles.
Um show incrível e que remete o público a suas raízes, a recantar músicas do passado, a dançar os ritmos de sua terra. Essa noite foi proporcionada a uma pequena parcela da população feirense pelo Centro de Cultura Amélio Amorim e pela genialidade do cantor Paulinho Boca de Cantor e sua banda que foram ovacionados e Paulinho teve que voltar ao palco pra cantar uma música de seu repertório.
O empenho da diretora Bia Vasconcelos e de seus colaboradores demonstra o seu esforço em trazer eventos que enriquecem a alma da população com cultura, e o que essa atração deixou como lição foi que não importa o ritmo musical mais sim letras de boa qualidade que trazem à tona cultura e o bom gosto cultural baiano.
Confira os registros fotograficos do show aqui no Viva Feira:
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