Ele é de estatura baixa. Mas, no palco ou mesmo fora dele, em suas composições, é um grande artista, cujo nome está inscrito no rol dos maiores nomes da nova MPB. Trata-se de Chico César, que chamou uma multidão para conferir sucessos como “Mama África”, “A Primeira Vista” e muitos outros, na sexta-feira (28), último dia da Calourada da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
O evento, que começou na quarta-feira (26), foi recheado de mesas de debate, que começaram às 19h30 nos três dias. Os temas foram: “Cultura, sociedade e universidade”, na quarta; “Incentivo e valorização às culturas afro-brasileira, indígena e nordestina” na quinta-feira (27) e “A gente quer comida, educação e arte” na sexta-feira (28).
O ator Jean Marques e sua equipe tiveram uma importante participação na Calourada, com a apresentação teatral “A gente quer Comida, Educação e Arte”, na noite de quinta, e uma oficina de teatro na tarde de sexta-feira.
As atrações culturais sacudiam o palco montado no Canteiro Central, sempre depois das 22h30, com uma grande diversidade de estilos paras estudantes e visitantes dos mais variados gostos musicais.
No primeiro dia, a animação foi deflagrada por Galeguinho SPA, Ramon Lima e
Uiatã Rayara e a Ira de Rá. Na quinta, foi a vez de Maryzélia e Os Coizinho, Cescé Amorim e Pé de Lajedo, Sthephen Ulrich, e Dj Silver Gonzales na Tenda Eletrônica. A despedida ficou por conta de ArMarias, Chico César e Vaguinho Dourado.
Palco X Paredão
Falta de educação e de respeito. É o mínimo que se pode dizer da presença de vários carros com potentes aparelhagens de som, tipo “paredão”, todos os dias da Calourada. Eles ficavam parados ao redor do Canteiro Central e até mesmo ao lado do palco, com alto volume, “competindo” com o som do evento.
Esse problema não vem acontecendo somente na Calourada, “mas em outras festas da Uefs”, contou Priscila Trindade, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uefs, gestão “Levante e Lute”, que organiza o evento.
Segundo ela, “tentamos várias vezes desligar os carros que estavam com o som alto. Conversamos educadamente, chamamos os seguranças”. Com isso, a maioria chegou a desligar, outros apenas abaixavam o volume. Depois, “quando menos esperávamos, já estavam com o som alto de novo”, contou ela.
Muitas vezes, entre uma banda e outra, o apresentador pedia, ao microfone para desligarem os sons automotivos. Num momento, até Chico César parou o show para reclamar, afirmando ser uma falta de respeito. Mas nada adiantou.
“Infelizmente, algumas pessoas não respeitam os artistas que estavam presentes e não sabem valorizar sua cultura. Não chamamos a polícia, pois não queríamos nenhuma ação rude que pudesse gerar violência”, justificou Priscila.