Na próxima quinta-feira, dia 14, às 19 horas, no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana, acontecerá o lançamento do livro “O Funeral do Faisão”, o quinto do jornalista e escritor Jailton Batista, ex-secretário de Cultura do município. O lançamento está sendo patrocinado pela Academia Feirense de Letras.
Como quase todos os seus livros, o autor se baseia num fato da realidade para compor uma boa história. Desta feita, ele resgata um episódio de muita repercussão ocorrido na fictícia cidade de Santana dos Olhos d’Água, onde acontece o sequestro de um milionário enquanto transcorre uma festa carnavalesca, a Micareta. Eram os anos de 1980, quando o Brasil estava tomado por uma grave crise econômica e afetada por uma “epidemia” de sequestros, que se alastrava por todos os cantos, vitimando empresários e pessoas de relevância política ou social. Dedé Faisão, o personagem central da ficção, é uma dessas vítimas, cujo sequestro é cercado de mistério, pois houve negociação para pagamento do resgate pela família, mas depois o silêncio se impôs e o empresário, vivo ou morto, jamais fora encontrado. Por obra da ficção, Jailton Batista agora encontra o corpo e finalmente promove o funeral do grande homem.
De acordo com o crítico e editor Daniel Pereira, o romance ambientado em Santana dos Olhos d’Agua – cidade inventada, mas de alma profundamente brasileira – “conduz o leitor por uma trama vibrante de amores proibidos, jogos de poder, memorias enterradas e segredos que o tempo insiste em preservar”. Na obra, “a Micareta pulsa ao fundo, os trios elétricos ecoam, mas o que ressoa mais alto é a ausência do homem que um dia acreditou poder voar como um pássaro”.
Em edição impecável, de capa dura e bela ilustração, editado pela Editora Capella (São Paulo e Brasília), a mesma que editou a obra de Emanoel Araújo, ícone da cultura brasileira, O Funeral do Faisão ainda é recheado de histórias e de elementos psíquicos sobre a relação humana com o dinheiro e a riqueza. “Com lirismo, humor e crítica social, Jailton Batista nos entrega uma obra que é, acima de tudo, um retrato sensível do Brasil profundo – em que o cotidiano se mistura ao épico, e o trágico nunca está longe do riso”, conclui Pereira.
