EDUARDO José de Miranda KRUSCHEWSKY, que assina nos seus trabalhos EDUARDO KRUSCHEWSKY é conhecido como poeta, escritor, jornalista, funcionário aposentado do Banco do Brasil, e atualmente Presidente da Academia Feirense de Letras, eleito para o terceiro mandato, já tendo colaborado em diversos jornais, revistas, blogs e sites, participado das antologias “Florilégio”, “Memorial Poético de Feira de Santana” e “Poetas do Banco do Brasil”, esta editada pela AABB-Recife-PE. Publicou “O Eu Encurralado”; “No Boteco & Outras Estórias” e “Alguns Contos & A Bolha de Sabão”, “Outros Contos... & Uma Novela”, “Antologia Poética”, acompanhada de Cd de declamações, “Contos, Crônicas... & Uma História de Vida” e a História em Quadrinhos, “Maria Quitéria, a Injustiçada”, além de mais uma séries de atividades culturais como colaborador e incentivador de seus pares. Mas, tudo isso é pouco para definir EDUARDO KRUSCHEWSKY, que é principalmente um grande ser humano, dedicado as artes e a cultura, com uma força interior capaz de arregaçar as mangas para ajudar quem quer que seja, que tenha um bom trabalho e esteja no anonimato.
Eduardo ensina, ajuda a elaboração dos projetos para publicação de novos Autores, incentiva os artistas de qualquer estilo. Dedica-se a este objetivo com a alma e com todas as forças que pode, não é incomum abrir um livro recém lançado e estar lá uma apresentação, um prefácio ou até mesmo a orelha do livro falando da obra ou do Autor, assinado por EDUARDO KRUSCHEWSKY. Antes mesmo de assumir a presidência da Academia Feirense de Letras, atendia os amigos em sua casa e em seu computador chegava a digitar poemas e até livros inteiros, sem fazer nenhuma cobrança, apenas pelo simples prazer de ver o crescimento da arte e da literatura em nossa cidade. É um cidadão das letras e das artes, que com seu temperamento forte e bem humorado, trabalha cotidianamente pelo engrandecimento da cultura feirense e, está sempre disposto a dar um pouco mais de si para ver este seu objetivo de robustecer a cultura, a arte e principalmente a literatura em nossa Feira de Santana.
Poucas & Boas
O PERU DE ANO NOVO
Publicado em: 30/12/2013 - 04:12:31
Cidadezinha do interior, década de 70. O matuto entrou na agência do Banco do Brasil com o peru debaixo do braço. Foi até o primeiro andar e, de maneira resoluta, sem cerimônia, colocou a ave em cima da carteira do chefe do Crédito Agrícola e Industrial, dizendo que trouxera o bicho para ser comido pelos funcionários na ceia da noite de Natal. O funcionário do Banco retirou o peru de cima da mesa e constatou, desolado, que este havia deixado em cima de uma Cédula Rural Pignoratícia sua marca pastosa e fedorenta...
No fim do expediente, ficou resolvido que o presente não seria degustado na noite de Natal, mas no dia 31 de dezembro, tão logo fosse concluído o balanço. Mandaram a ave para os fundos da república dos funcionários solteiros onde, naturalmente, seria cevado com restos de comida da pensão de dona Edelzuita. A tarefa de alimentar o presente foi dividida entre os habitantes da república. Aliás, estes eram tipos bem interessantes: Mira Doida, metido a conquistador e poeta; Dilton, gozador de primeira; Bartolomeu, crioulo bem falante e bem apessoado; Mutti, um sujeito sério e compenetrado; Lima, o contínuo que adorava uma pinga e Ruy, o desvairado. Este último, tido e havido como um perdido, tamanha a quantidade de doenças venéreas que contraia a ponto de ninguém ter coragem de sentar no assento de onde ele levantasse... O subgerente da agência era quem bem o definia: “-Este Ruy é uma pústula!” e suspirava, com desgosto pois o Ruy era o oposto dele que era um homem sério, respeitado e muito família, a ponto de não admitir qualquer brincadeirinha na presença de sua mulher e filhas. Mas... Voltando ao peru. Este engordava a olhos vistos e, no dia 31, foi entregue a uma velha cozinheira da cidade, dona Neném, para ser sacrificado. Passaram para a mulher, além da ave, uma garrafa de pinga para que o bicho tomasse e, relaxado, ficasse com a carne bem tenra e as penas fáceis de serem retiradas. O resultado disto é que a velha, chegada a uma caninha, tomou metade da aguardente e deu a outra metade à vítima. Depois de passar a faca no pescoço do peru, a carrasca arrancou as penas, abriu a área entre o peito e o “sobre” e retirou todas as vísceras. Só que, já bêbada, ela esqueceu de retirar o... o... (prefiro não dizer, pois o nome é feio!). Devidamente temperada, a ave foi para o forno da padaria de Hélio “Fala pra ele, Mariquinha” (apelido do Hélio) e depois de assada, foi encaminhada para a agência.
Concluído o balanço, o pessoal foi em casa rapidamente para tomar banho, pegar a família, pois depois da ceia na agência ocorreria a festa de fim de ano no clube social da cidade. Na hora da degustação, todos estavam à vontade, tomando cerveja, comendo salgadinhos e batendo papos animados, quando Dilton, com risinho irônico pendurado nos lábios, aproximou-se do subgerente e sussurrou junto ao seu ouvido:
- Chefe, este Ruy não vale nada! Imagine que ele estuprou o peru!
Quando o homem olhou para a ave e viu que o... estava todo estofado para fora (por ser uma parte bem gordurosa e concentrada, no calor o botão ficou como se fosse um a flor). Aí, um revoltado chefe chamou a mulher e as duas filhas e. apoplético, bradou:
- Vocês escolham: ou fica no recinto eu e minha família ou este peru afeminado!
E, antes que alguém pudesse fazer a escolha saiu, muito digno, deixando todos se entender nada. Dilton trancou-se no banheiro, rindo descontroladamente e o gerente tentou trazer o subgerente de volta, sem sucesso. O certo é que, estuprado ou não, o peru foi comido avidamente pelos convivas que acabaram a noite dançando no clube.