O domínio simultâneo de várias áreas do conhecimento e a versatilidade de talento são práticas, em geral, associadas ao homem da renascença. É que nesse período, sob a influência do ideal humanista, era comum um indivíduo dominar diferentes atividades ao mesmo tempo e inclusive, transitar por campos que normalmente apenas tangenciam-se como: ciência e arte.
Perto de nós, um nome ilustra esta questão: Antônio Brasileiro, indiscutível multitalento, diplomado em Ciências Sociais, mestre e doutor em letras. Brasileiro vem atuando com desenvoltura em várias frentes, desde a literatura (poesia, ensaio, ficção) até as artes plásticas. Nesta área, destaca-se entre os artistas que despontaram na Bahia nas ultimas décadas.
Embora comumente chamada de geração 70, a ligação de Antônio Brasileiro com a expressão plástica é no entanto, um pouco anterior. Seus primeiros trabalhos nesse campo, surgiram na década de 60. São pequenos desenhos nos quais nota-se a percepção apurada e rigorosa do artista, o gosto pelas formas simplificadas e pela abstração.
Quase que simultaneamente à produção dos desenhos, Brasileiro começou também a dedicar-se à pintura a óleo e a colagem. Essa ultima técnica inclusive, ele retomou no final dos anos 90, associando-a ao bico-de-pena e ao guache. Foi como pintor que ele se impôs e desde o principio optou pela pintura a óleo, técnica a que se mantém fiel durante todos esses anos
(Juraci Dórea – Artista Plástico)