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O MESTRE DAS MARCHINHAS


Publicado em: 16/03/2019 - 02:03:49
Fonte: Luís Pimentel


     O Carnaval quando passa costuma deixar saudades em quem mora no Rio de Janeiro. Dos desfiles das escolas, dos blocos que ainda conseguem ditar o ritmo do melhor carnaval de rua do Brasil, dos porres e até dos dissabores. Novamente nos atualizamos com os sambas de enredo (alguns bonitos, que nem o da Mangueira este ano) e nos reencontramos com as marchinhas (de longe, ainda minha trilha sonora carnavalesca preferida).
      “Lourinha, lourinha/Dos olhos claros de cristal/Desta vez em vez da moreninha/serás a rainha do meu carnaval”. Quem não se deixa embalar e embriagar por um compositor Como João de Barro, o bom e velho Braguinha?  “Linda loirinha” foi composta por ele, há mais de 80 anos (Braguinha, que este ano, em 29 de março, teria feito 121 anos). E essa marchinha é cantada até hoje. Na época, 1933, o compositor queria fazer uma média com as loiras, que no ano anterior ficaram enciumadas com o derretimento do dele para com as morenas: “Moreninha querida/Da beira da praia/Que mora na areia todo o verão/Que anda sem meia em plena avenida/Varia como as ondas o teu coração”.
     Carlos Alberto Ferreira Braga nasceu no Rio de Janeiro, em 1907. Filho do gerente da fábrica de tecidos Confiança, começou a cantar e a compor profissionalmente ao lado das melhores companhias, no Bando dos Tangarás: Almirante e Noel Rosa (com quem compôs a angelical “As pastorinhas”). Uma brincadeira de grupo obrigou a que todos adotassem apelidos de passarinhos. Braguinha escolheu João de Barro, único que pegou. Com esse pseudônimo assinou várias canções. Qual teria sido o apelido de Noel? “Canário”, provavelmente não; o poeta da Vila não cantava bem.
     Sempre perto dos bons, Braguinha teve ótimos parceiros. Entre eles, o gigante Pixinguinha, para quem botou letra em Carinhoso (a pedido da atriz e cantora Heloísa Helena, que queria colocar a canção no musical Juju e Balangandãs, apresentado no Teatro Municipal). Também esteve ao lado das boas e teve em Carmen Miranda uma intérprete e amiga de primeira hora. A pequena notável gravou Primavera no Rio (“O Rio amanheceu cantando/Toda a cidade amanheceu em flor/E os namorados vêm pra rua em bando/Porque a primavera é a estação do amor”), revelando o compositor João de Barro, até então desconhecido.
     Versado com desenvoltura na música e na letra, mesmo assim Braguinha teve alguns parceiros (o mais profícuo foi o médico Alberto Ribeiro) e com eles produziu delícias do nosso cancioneiro, como “Touradas em Madri” (que levou a torcida brasileira ao delírio no Maracanã, na dolorosa Copa de 1950, no jogo contra a Espanha), “Yes, nós temos banana”, “Chiquita bacana”, “Balancê”, “Cadê Mimi?” e tantas outras.
     Morto em 2006 – um ano antes de seu centenário –, o mestre das marchas lúdicas e cadenciadas não acompanhou a mais um carnaval de correrias e sambas acelerados. Mas tem estreita ligação com a folia e, em 1984, sua vida inspirou o enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”, que deu à Mangueira (grande campeão deste 2019) o título de campeã do carnaval daquele ano.



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