menu
-Agenda Cultural
-Restaurantes
-Teatros
-Museus
-Comentários
-Fale conosco
-Política de Privacidade
-Utilidade Pública
-Links Feirense
-Artes Cênicas
-Artes Visuais
-Artesanato
-Bandas
-Literatura
-Músicos
ENTRETENIMENTO
-Cinema
-Arquivo de Eventos
-Festival Vozes da Terra
-Festival Gospel 2010
-Natal na Praça 2010
-Micareta 2011
-Últimos Eventos
-Radio Viva Feira
-TV Viva Feira
-Videos Viva Feira
COLUNISTAS
-Alberto Peixoto
-Emanoel Freitas
-Luís Pimentel
-Raymundo Luiz Lopes
-Sandro Penelú
 
 
 
PROMESSAS DE ANO NOVO


Publicado em: 26/12/2018 - 10:12:15
Fonte: Luís Pimentel


     No último dia do ano, Carlão aproveitou a família reunida para fazer algumas promessas a respeito de providências que tomaria na primeira hora do dia seguinte, tão logo acordasse para viver o ano novo.
     Começaria interrompendo bruscamente vícios, veleidades ou manias que, sabia muito bem e há muitas viradas, prestavam enorme desserviço à saúde – beber, fumar, comer biscoitos, comprar livros de autoajuda, torcer pelo Botafogo, essas coisas.
     A família ouvia as promessas todos os anos, Carlão não cumpria nenhuma delas. Mas este ano – outra frase que se repetia – tudo seria diferente.
     À medida que o vinho fazia efeito, Carlão se empolgava:
     – Vou fazer caminhadas longas, prestar serviço voluntário, cuidar de animais abandonados, procurar médicos, encarar o exame de próstata.
    Durante os licores – que a princípio seria só um, para acompanhar o café – resolveu radicalizar:
     – Vou arrumar um emprego!
     Todos os olhares, a um só tempo, grudaram no Carlão. Acompanhados de bocas abertas.
     – É o quê?!
     – Vou arrumar um emprego. Pagar minhas próprias despesas. Afinal de contas, está na hora, não?
     Passava da hora, há muito. Mas ninguém tinha coragem de dizer.
     A mãe entrou no quarto, para acender uma vela a Nossa Senhora das Graças Alcançadas.
     O pai o encarou:
     – Emprego de quê, meu filho? Você não sabe fazer nada.
     Carlão reagiu, ofendidíssimo:
     – Pô, pai. Magoou.
     Catava o abridor de vinhos, já com outra garrafa na mão, quando foi abordado por um parente:
     – Passa da meia noite, Carlão. Já estamos em pleno novo ano, o ano em que você prometeu não mais beber.
     E o Carlão, procurando o maço de cigarros:
     – Terei que adiar as promessas, primo. Sinto que ainda não há clima.



Apoio Cultural:



Viva Feira
© 2024 - Todos os direitos reservados - www.vivafeira.com.br