Certo dia um alguém especial elogiou minha voz.
Se ela soubesse o que pensei naquele momento,
Se soubesse que minhas palavras deram nós,
Eu nem sei o que pensaria a respeito,
Mas sei que pensei com respeito.
A minha voz, que a princípio falava,
Diante de tal criatura, tão bela, tão meiga e tão pura,
Naquele instante, sequer trepidava, simplesmente calava.
Queria ter-lhe tocado a face,
Trazer-lhe junto ao meu peito
Queria dizer que a quero
E que minha voz é apenas uma escrava
A servir-lhe de doces palavras.
Mas o silêncio que em meu peito fincou-se,
Minha voz poesia tornou-se.
Tinha que se declarar... Tinha muito a declamar.
15/04/2017