Lembro-me, nostálgico, dos nossos beijos.
Beijos que, de tão doces, aliviavam-me as amarguras da vida,
E, de tão quentes, incendiavam-me a alma.
Teu cheiro... Ah!... O teu cheiro... Ainda o sinto em mim.
Esse cheiro que me inebria, que me entorpece,
É o cheiro de tua pele.
Ah!... Tua pele... Tua pele cheirosa, macia e fogosa...
Ainda lembro o teu toque suave, macio e aveludado,
Como se estivéssemos a nos tocar outra vez
E queimo de desejo ao lembrar o calor do teu corpo.
Ah!... O teu corpo... Teu corpo quente e suado
Ao meu abraçado, em gemidos constantes.
Teus gemidos... Ah!... Teus gemidos...
Ecoam em meus ouvidos com um tom confuso...
É um “não” a dizer “sim”, é um “para”, que intima a “continuar”.
E nesse paradoxo, vou-me deixando perder o pouco que ainda me resta da razão,
E fico louco, desvairado, um poeta alucinado,
Remoendo tempos idos e vivendo do passado.
27/04/2017