Sou uma máquina, mas não daquelas inteligentes que guiam as pessoas de acordo com suas necessidades. Eu sou guiado, e todas as minhas ações e vocábulos são repetições ensinadas por quem me controla.
Sou eficiente, meus mecanismos satisfazem a sociedade capitalista. Não faço escolhas, questiono ou opino sobre nada, enquanto assim for, todos estarão felizes.
Sou uma máquina. Faço meu trabalho com satisfação, assim como as muitas máquinas que servem; uns produzindo, outros consumindo, e quem nos controla enriquecendo.
Sou necessário, apesar de ser desvalorizado e muitas vezes ridicularizado. Faço parte da base que sustenta o topo, e sem a base tudo desmorona, e o peso some. Talvez eu não queira ser máquina, ou controlado, ou base... Servi-los não é tão bom assim... Não gosto deles pensando por mim... Esse peso desconforta-me...
Acho que esse pensamento fez-me humano.